Será possível defender que se retirem - em Portugal - os crucifixos dos edifícios públicos e, ao mesmo tempo, defender a liberdade de construção de minaretes no espaço público Suiço?
Os Cartoons de Maomé na Dinamarca, os Crucifixos em Itália e em Portugal, a Burka em França, os Minaretes na Suiça, Saramago, Salman Rushdie, etc.., têm sido responsáveis por ausências de coerência que importa banir em favor de uma discussão que conduza a uma «linguagem» de tolerância comum.
Cartas ao director
Há 1 hora
8 comentários:
Está bem visto. O bom senso aconselha a desconfiar dos que, em qualquer lado, estão sempre prontos a aplicar novas regras gerais que limitam a liberdade dos outros. A laicidade do Estado, a meu ver, é um valor a preservar - mas convém ter a noção daquele ponto para além do qual o rigor é um disfarce para a intolerância.
Caro Profírio Silva,
Concordo inteiramente com o seu comentário.
Mais: quanto a mim, a laicidade do estado, como importante instrumento de independência, não pode deixar de ter presente as raízes culturais do seu povo.
Obrigado pelo comentário.
Cumprimentos,
"FRAGILIZADOS VALORES DA ÉTICA E DA MORAL..."
Entre muitas alterações sociais, motivadas pela a actual crise em que vivemos, a subordinação valorativa nos planos religioso e ético acabou, também, por ser “arrastada” para fronteiras dúbias do nosso entendimento.
Os preceitos religiosos e as normas éticas, deixaram de ter um significado pleno e inequívoco o que causou um enfraquecimento na sua subordinação valorativa. Assim os comandos religiosos - que fundamentavam as regras morais que estavam enraizadas nas mais diversas sociedades - deixaram, na pratica, de derivar de um bem tido por absoluto caindo nas “garras” de uma visão economicista da fé .
Em face do exposto, os valores da ética e da moral encontram-se fragilizadas na sua “razão de ser”. Passaram a ser meramente utilitaristas quando não se mostram muito flutuantes e/ou incapazes de coincidir com o «mínimo ético», absorvido pelo direito.
Agora é preciso perceber o novo paradigma civilizacional: desprovido de um sistema de valores, religioso e ético, consistente.
Hoje já não há certezas de verdades absolutas nem tão pouco de certezas quanto ao futuro, à instituição família, à orientação sexual, aos afectos, ao bom nome, à honra, à dignidade da pessoa humana e, sobretudo, ao preço a pagar pela liberdade de expressão.
Apesar do esforço cultural dos povos, das “auto-estradas” de comunicação, das promessas de certos quadrantes políticos, a verdade é que ao actual quadro de valores existente já não presidem os tais “luzeiros” - ético e religioso – alegadamente intemporais e imutáveis. A integralidade da subordinação valorativa nos planos religioso ético e moral, esta cada vez mais inacessível ao homem degradando, assim, a beleza eterna a que aquele tanto aspirava.
Nestes últimos tempos é notória uma espécie de “corrida” do homem que, persistentemente, deambula por quotidianos pejados de “armadilhas”, numa derradeira tentativa de recuperar os valores que, por sua por negligência ou traição de outrem, perdera.
Entretanto muitos “vendedores de ilusões”, hão-de aproveitar-se, para benefício próprio, da actual fragilidade daqueles que sempre foram vitimas dos usurpadores da vontade.
“Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!”
(Mário Quintana)
Paulo
Do blogue "filhos de um deus menor" ... post que subscrevo inteiramente
Fada, todas essas incertezas do nosso tempo são também razões que nos devem levar à tolerância.
um abraço
Um abraço para si também Paulo. :)
Nem mais Paulo... e pelo que percebi de tolerância no blogue "A Nossa Candeia", estamos no caminho certo.
Muito bem Paulo. E se, como lembrou o Porfírio, levarmos o rigor e até a coerência ao limite, amanhã serão anulados os feriados religiosos católicos porque nem todos os cidadãos professam a mesma religião, e depois de amanhã será outra coisa qualquer, e assim se entra numa escalada que não sabemos como termina, porque a intolerância disfarçada não deixa de ser intolerância, quem sabe, até mais perniciosa.
Um abraço.
Maria Josefa, esse é um bom exemplo que também revela algumas fraquezas de certas posições.
um abraço
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