Como nos tem habituado, António Barreto fala-nos do Portugal que bem conhece:
«(...)Em Portugal quase toda a gente depende do Estado, do governo, das instituições públicas oficiais, dos superiores, dos empregadores.(...). A dependência é enorme. Não é asfixia, uma vez mais, é dependência. As pessoas têm receio pelo seu emprego, pelo seu trabalho, pelo trabalho da família. Conheço algumas que até têm receio de falar...»
[António Barreto em entrevista, jornal i, 2009.11.28]
(texto integral aqui)
Cartas ao director
Há 58 minutos
4 comentários:
"Os antigos ditadores caíram porque jamais puderam fornecer o suficiente aos seus súbditos, pão jogos, milagres e mistérios e ainda não possuiam um método eficaz de manipulação mental. Com o futuro ditador científico, a "educação" terá os efeitos desejados e resultará que a maior parte dos homens e mulheres, chegarão a amar a sua servidão sem nunca pensarem numa revolução."
Aldous Huxley - 1958
Haverá alguém, que tivesse visto o futuro com tanta lucidez?
O problema é que o tempo chegou, como previa o profeta... superpopulação, super organização e a falta de recursos. A super organização tem já tudo controlado.
Não sei se concordo integralmente com ele no que vai dizendo pelo artigo, mas naquilo que transcreveu, acho que tem toda a razão. Mais neste bocado:
"De repente chegámos a 90 ou 95 e percebemos que não tínhamos inovado nem criado muito... Fizemos auto-estradas - qualquer país com um cheque na mão as faz -, mas não fizemos novas empresas, novos projectos, novos produtos. E perdemos muito do que tínhamos: demos cabo da floresta, demos cabo da agricultura, demos cabo do mar. Três coisas imperdoáveis, três erros históricos. E não sei se ainda é possível voltar a prestar atenção à floresta, à agricultura, ao mar..."
Fada, e isso também é o reflexo de uma sociedade securitária em crescendo; somos nós que a exigimos, e somos nós que vamso que viver nela.
Benjamina, quanto a mim, o problema não terão sido as auto-estradas construídas nesse tempo, mas sim as que lhe sucederam (e continua a saga);porque até essa data não havia estradas, escolas, hospitais,..., há um tempo para tudo.
Contudo, a questão da agricultura, da floresta e, sobretudo, do mar deviam ter sido tratadas de forma diferente; parece-me que houve uma visão demasiado economicista em relação a estes sectores primários.
Mas vamos ter que ser capazes de corrigir estes erros.
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