Em virtude dos elevados níveis de abstenção, sobretudo nas europeias e nos referendos, muitos equacionam a possibilidade de se introduzir o voto obrigatório. Embora compreenda as suas preocupações, e nalguns casos até os acompanhe, parece-me que a democracia não sairá reforçada com esta imposição que apenas irá caucionar o sistema.
Quanto a mim, a reforma dos partidos - pilares da nossa democracia - é o elemento essencial para a credibilidade do sistema. Recuso-me a caracterizar os nossos partidos e a forma como meia dúzia de pessoas escolhem os candidatos que se apresentam às eleições. Era suposto eu ter de escolher entre os melhores e dessa maneira a tarefa torna-se-ia mais fácil. Obrigar-me a votar, ou lembrar o meu dever cívico, é - neste jogo viciado - verdadeiramente kafkiano.
Mas dizem-me que para mudar a coisa eu posso sempre votar em branco. E eu calo-me porque nas europeias os votos em brancos duplicam os das legislativas e o resultado é o que todos conhecemos.
sábado, 6 de junho de 2009
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