terça-feira, 2 de junho de 2009

Made in Portugal

Numa perspectiva complementar à de Daniel Rebelo, interessa-me pensar na nossa responsabilidade individual enquanto decisores importantes na compra do made in Portugal.

Quanto a mim, em última instância, comprar made in Portugal é acima de tudo uma decisão individual. É verdade que muitos das vezes será escolher entre poder ou não poder comprar. Em todo o caso, não deixa de ser uma opção.

As nossas decisões se forem tomadas à luz dos princípios que achamos que devem ser seguidos pelos outros, tais como dumping social e ambiental, trabalho infantil, ou comércio justo, poderão nalguns casos significar comprar made in Portugal.

Pensar que o padrão de qualidade das multinacionais tende a ser o mesmo onde quer que elas estejam a produzir, em determinadas situações pode contribuir para que compremos made in Portugal. Neste contexto, entender a importância que determinadas multinacionais têm na irradiação de Know How pode-nos ajudar também a decidir por made in Portugal.

Esquecer que perder a oportunidade de escolher made in Portugal no presente pode significar não a poder realizar no futuro, é obrigar-nos a pensar – sempre que compramos - se devemos ou não comprar made in Portugal.

Comprar made in Portugal é também uma responsabilidade individual.

1 comentário:

Daniel Rebelo disse...

Peço desculpa por só agora puder comentar aquilo que tinha prometido fazer. Aqui segue o meu comentário sobre a AutoEuropa:

Não conheço bem o caso nem sou familiar/amigo de nenhuma pessoa que esteja envolvida directamente no processo. Contudo parece-me um pouco que a administração está a tentar chantagear os trabalhadores já que caso a AutoEuropa encerre a sua produção seguirá para outro país, provavelmente a Alemanha. Todos nós conhecemos a crise que o sector automóvel vive mas os trabalhadores contribuírem com trabalho gratuito, aumentando a produção parece-me um contra senso já que cada vez menos unidades são vendidas. O sector automóvel como um todo necessita de uma reformulação e aí provavelmente a União Europeia deveria agir em conjunto invés de deixar as soluções somente a cargo dos governos nacionais. Porque toda a UE está com problemas similares no sector automóvel e muitos países dependem dos postos de trabalho que esta indústria cria directa e indirectamente.

A nível político e social é quase uma obrigação do Estado auxiliar a AutoEuropa e a administração tem essa noção, tentando aproveitar-se da mesma. Caso o governo intervenha só espero que exija determinadas contra-partidas para que não estejamos a injectar dinheiro dos contribuintes sem solucionar a situação. Numa situação dita "normal" eu diria que é melhor deixar a AutoEuropa fechar e o governo investir num projecto que absorva a totalidade daqueles desempregados mas na situação actual realmente é complicado tomar a decisão acertada.

No fundo tenho é pena dos trabalhadores e acho que declarações como a do Eng. Belmiro não ajudam em nada a encontrar uma solução. Apesar da taxa de desemprego estar a aumentar nunca devemos considerar que ter trabalho é uma "sorte" e como tal deixarmos de lutar pelos nossos direitos laborais. Não consigo perceber como é que se pede a pessoas que ganham uma miséria de ordenado que ganhem ainda menos.

Congelar os ordenados de topo no sector político e económico e reduzir as regalias pagas pelos contribuintes a essa "elite", isso sim eu já subscrevia. Agora pedir sacrifícios a uma classe que já antes da crise estava a ser sacrificada não me parece solução. Mais a mais quando quem pede esses sacrifícios é quem não os tem de fazer.

Abraço.

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